UFMG EDUCATIVA: entrevista brinquedos e brincadeiras e formação da criança

FAZ ASSIM! CANTORIAS E BRINCADEIRAS INFANTIS

OUÇA AQUI AS PRIMEIRAS MÚSICAS DE NOSSO CD: produção: Claudio Emanuel, Marilza Máximo e Rogério Correia Direção Musical: Silvia Lima e Christiano Souza Oliveira

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quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Sobre a importância dos museus dos brinquedos para a infância






Os museus dos brinquedos nos abrem grandes possibilidades de investigação sobre a infância.

Visitar um museu de brinquedos nos coloca num diálogo com a memória e com o imaginário construído sobre a infância. Propõe um olhar especial para o mundo tendo a criança como destinatário desta produção. Nele vamos encontrar diversos objetos criados e mesmo transformados pelos adultos para que produzissem um discurso cultural para as crianças sobre o que seria a sociedade. De objetos voltados para o brincar da criança o brinquedo torna-se registro da história. Em cada brinquedo guardado ali se constitui história condensada, que aglutina contradições, diz e cala, valoriza e omite, nos conta. É como nos afirma Sônia Kramer: “Penso que, no museu, o mais importante não é o que vemos, mas que possamos construir um modo de olhar em que razão e sensibilidade aliadas teçam uma maneira crítica e sensível de ver as coisas e de compreender suas histórias”.

Vamos encontrar nos brinquedos uma infinidade de universos representados (mundo da guerra, tecnológico, dos contos de fadas, profissões, da casa, dos desenhos animados e muitos outros).
Seria mais apropriado dizer que os brinquedos são objetos polifônicos no sentido de que são atravessados por diversos discursos sobre a infância. A partir destes objetos iniciamos um intenso diálogo
• com as imagens de infância guardadas em nossa memória e de outras gerações;
• com as diversas e contraditórias representações de criança e da infância, frutos das práticas culturais estabelecidas na relação adulto-criança;
• com as teorias científicas sobre a relação entre o brinquedo e o desenvolvimento infantil;
• com o jogo entre o brinquedo, a cultura de massas (televisão, cinema, literatura infantil) a indústria cultural do brinquedo e a cultura popular e, por fim, mas não menos importante
• nosso diálogo com a criança que brinca.
Há que se considerar que o brinquedo, por ser um objeto destinado à criança passa por várias modificações e transformações, como a miniaturização, a supressão de detalhes, sua estilização.

A análise da produção dos brinquedos vai nos remeter a diferenciadas formas de administração simbólica da infância. Neste sentido, dizer que a produção dos brinquedos está orientada pela administração simbólica de uma determinada infância significa também afirmar que existe uma diversidade de concepções de brinquedos tanto como existem diferentes matrizes de administração simbólica da infância. Se existem assim tantas imagens diferentes e contraditórias sobre a infância como elas se refletem nos brinquedos produzidos?
No museu temos a real idéia da diversidade que existe num mesmo brinquedo produzido por várias culturas. Ela pode ser tanto regional quanto étnica. Estaríamos assim analisando por exemplo brinquedos produzidos segundo as regiões (brinquedos populares do nordeste, brinquedos da região amazônica) segundo grupos étnicos diferenciados como grupos indígenas (Karajá, Maxakali, Tikuna), comunidades quilombolas, grupos ciganos, crianças dos espaços urbanos e rurais e, não menos importante, os brinquedos produzidos pelos próprios grupos infantis.
Ademais, tendo em vista que através do brincar/brinquedo as crianças percebem afinidades, aprendem a multiplicidade das formas e sentidos e redefinem as coisas retirando-as do seu contexto original para dar-lhes uma nova significação, o brinquedo pode ser usado como suporte de confrontações com significações culturais que se enxertam na dimensão material dos mesmos.
Em nosso blog apresentamos algumas sugestões de sites de museus. Confira!

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